Em 28 de julho deste ano, em meio
a uma oração, meus olhos foram abertos de um modo diferente a respeito do
sentido real do pecado e do que ele realmente fez em nossas vidas. Cresci
sabendo que pecado significa transgressão da lei de Deus. Este é um entendimento
bastante conceitual, mas pouco significativo, pois não revela o quão destruidor
é o pecado. Não compreendemos seus efeitos, principalmente devido ao senso de
justiça própria que cega nossa percepção a respeito de nós mesmos.
Nos definimos corretos, honestos,
humildes, solidários, simpáticos e amorosos. E se Deus nos revelasse a nossa
imagem exatamente como nós somos? Já imaginou o que você veria? Quanto do que
somos e não enxergamos estaria diante de nossos olhos! Seria surpreendente!
Ficaríamos impactados e com o coração dilacerado. Uma visão de algo tão belo,
criação de Deus, porém marcada pelo egoísmo, orgulho, malícia, impulsividade,
preguiça, incredulidade, negligência, omissão.
Quando comecei a pensar sobre
isso, entendi o quanto o pecado bagunçou as nossas emoções. Nos trouxe medo,
porque nos sentimos fracos; nos trouxe ansiedade porque não sabemos o que
sucederá amanhã; abalou nossa fé porque perdemos a proximidade com Deus; nos
tirou a paz, porque promoveu a guerra entre os povos e entre os irmãos. Estamos
cismados, porque não confiamos no nosso próximo; estamos desanimados, porque
perdemos rapidamente nossas energias. Permanecemos
acuados, duvidosos, receosos. Tudo isso é fruto do pecado.
Conhecemos que nossos pares são
falhos e tememos o que nos podem fazer, uma vez que não nos asseguramos de suas
intenções. Assim, buscamos garantir nossos espaços e guardar nossos
sentimentos...
Concluo o seguinte: quanto mais
nos aproximamos de Deus, menos necessidade temos de nos auto-proteger e menos
nos preocupamos com o sofrimento. Por isso nos afastamos do pecado e deixamos
de sentir seus efeitos, uma vez que somos impactados pela confiança, pela fé,
pela coragem e, sobretudo, pelo amor.
Também concluo que Cristo nunca
vai nos mostrar nossa imagem pecadora, porque ele não se importa com ela, ele
se importa conosco e porque ele sabe que nossa verdadeira essência é a imagem e
semelhança do Criador.
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