Em gratidão por mais um ano de
vida, apresento sete presentes que Deus me deu por meio do tempo:
O primeiro é o DOMÍNIO PRÓPRIO –
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o domínio próprio não é uma sensação
de sossego diante de uma situação conflituosa. Ele representa o controle da
impulsividade e do pecado em nós. Por meio do autocontrole aprendi a disciplinar minha natureza, planejar minhas ações e limitar minhas reações. Descobri com o
tempo que é impossível controlar as pessoas, uma vez que elas sempre serão
livres em seu modo de ser e pensar. O que posso controlar são os meus atos,
meus pensamentos e minhas palavras. Apenas destes um dia prestarei conta diante
de Deus;
O segundo é o AUTO-CONHECIMENTO –
Conhecer a mim mesma exigiu um aprendizado dolorido, pois me confrontou com
minhas características, o que inclui virtudes e defeitos, pontos fortes e
pontos fracos, intenções e motivações, enfim tudo o que sou. Entendi que meu
comportamento tem sempre um razão de ser, por isso aprendi a perguntar a minha
alma: por que agi assim? Por que estou pensando desta forma? Por que falei
desta maneira? Assim, mergulho dentro de mim e encontro as verdadeiras razões.
Mas, para isto, sou obrigada a abrir mão de muitas justificativas;
O terceiro é a PERCEPÇÃO DO SOFRIMENTO
ALHEIO – Hoje eu enxergo o ser humano de uma maneira bem diferente de alguns
anos atrás. Aprendi que, quando uma pessoa é rude comigo, na verdade, ela
esconde uma marca em seu coração que a impede de ser amável. Entendi que muitas
ações hostis e comportamentos autoritários são frutos do medo e da insegurança.
Compreendi que, quando alguém é feliz de verdade, ela sempre transmite coisas
boas para as pessoas, uma vez que não precisa extrair nada de ninguém, pois já
é completa. Aprender isso foi muito importante para mim, pois me fez deixar
muitos ressentimentos para trás e dar lugar a misericórdia;
O quarto é a PACIÊNCIA – A minha
natureza imediatista me enganou muitas vezes. Valorizar muito a ação e pouco a
reflexão é falta de sabedoria. A voz de Deus ecoa quando nos dispomos a
ouvi-la. Nossas percepções devem ser calmamente revisitadas para que não nos
tornemos pessoas inflexíveis. Não apoio o comodismo, mas parar para pensar e
para orar é fundamental. É a espera que define o tempo do amadurecimento e o
tempo da colheita;
O quinto é a FÉ – Tenho um
conceito de fé renovado pelo tempo e pelas experiências que vivi. Nem sempre
alcançamos o que desejamos, nem sempre Deus nos responde com um “sim” e isso
não implica falta de fé. Para nós cristãos, fé significa confiança na vontade
de Deus. Aprendi a abrir mão de alguns caprichos e a entender que Deus faz o
que Ele quer. O meu dever é servi-lo, amá-lo e adorá-lo e a minha maior alegria
é tê-lo ao meu lado;
O sexto é o AMOR – Aprendi que
amar é um propósito, um desejo que se transforma em ação. Não existe
irracionalidade no amor e ele não se perde na alienação. Amar é abrir mão de um
espaço dentro de nós para que ele seja habitado, por isso exige renuncia e
abnegação. Hoje compreendo que o amor não exige perfeição, por isso Jesus consegue nos amar "de tal maneira". O amor, porém, será sempre perfeito apesar das nossas limitações.
Mesmo assim, vejo o amor de Deus como algo incompreensível, não o posso
entender, mas me beneficio do bem que me faz, da segurança que me traz e da
esperança com que me preenche;
O sétimo é o SENSO DE GRATIDÃO – Aprendi
que a felicidade não é um objetivo futuro, mas uma disposição em agradecer.
Quanto mais gratos somos, mais felizes. A vida ganha sentido quando
compreendemos o valor dos presentes que Deus nos deu e, como há muita
subjetividade em nossas percepções, devemos interpretar a vida segundo a
gratidão. Uma pessoa grata sempre olha o sentido mais nobre de uma ação ou de
uma palavra. Não se sente merecedora, por isso exige menos das pessoas, cria
menos expectativa nos outros e não conhece o que é murmurar. Extrair um sorriso
de uma pessoa grata é tão fácil, que praticamente não exige esforços. Ser
gratos nos torna pessoas muito mais agradáveis e isso faz um bem enorme para
quem convive conosco.
Por fim, o que mais aprendi foi a
contar o tempo e a entender que existe um tempo para cada pessoa. Mas também
aprendi que Deus é o Senhor do tempo. Por isso, tenho buscado, dia a dia, cuidar
melhor do meu tempo...
Obrigada Senhor por mais um ano
de vida que passou...
coisa mais linda
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